DIA DE CAMÕES
O dia que nasci morra e pereça,
Não o queira jamais o tempo dar
Não torne mais ao mundo: e se tornar
Eclípse, nesse passo, o sol padeça.
A luz lhe falte, o sol se lhe escureça
Mostre o mundo sinais de se acabar
Nasçam-lhe monstros, sangue chova do ar
A mãe ao próprio filho não conheça.
As pessoas pasmadas, de ignorantes
As lágrimas no rosto, a cor perdida
Cuidem que o mundo já se destruiu
Ó gente temerosa, não te espantes
Que este dia deitou ao mundo a vida
Mais desgraçada que jamais se viu.
ERRO POÉTICO:
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades
Muda-se o ser, muda-se a confiança
Todo o mundo é composto de mudança
Tomando sempre novas qualidades.
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